segunda-feira, 13 de outubro de 2008

TIM - ENTRE O PALCO E AS VIAGENS

Nº71 MOTO REPORT Novembro 2007

















































Tim dos Xutos & Pontapés é um valor bem firme na cultura portuguesa. Da vida que se dizia malvada, ele soube – com trabalho e confiança – transformá-la na vida que cedo desejou para si próprio. Forçou, resistiu, e nunca ousou desistir. Simultaneamente, Tim é um apaixonado pela liberdade, pela estrada. Diz que está na sua natureza. Recentemente expandiu o seu leque de interesses por uma outra variante que lhe permite continuar a percorrer o mundo e a vencer a distância. Com um atributo de peso, Tim juntou-se à grande família motociclística. Não das duas, mas das três rodas. Atencioso, humilde e disponível, Tim deu-se a conhecer um pouco melhor. E conhecê-lo sob esta invulgar perspectiva, encarando ângulos mortos e abordando contextos ausentes das inúmeras entrevistas que já fez, revelou-se fascinante.

MOTO REPORT: Como surgiu a tua ligação com as motos?
TIM: Quando era catraio, andava, como todos os miúdos, atrás das cinquentas. Tinha amigos com as Sachs, as Honda CB50 e algumas Yamaha, mas, nessa altura, nunca consegui ter nenhuma. Também não seria para andar assim tanto... afinal vivia no Alentejo… Bom, depois lá consegui arranjar uma Sachs Lebre. Era de três velocidades, mas acabou por não andar muito. Nunca lhe limpei o carburador, nem lhe fiz outras coisas que devia ter feito, e pronto, aquilo foi ficando um bocado em stand by. Entretanto casei e vieram os putos. Durante uns vinte anos não tive nem tempo nem oportunidade para mais nada. É isso, fiz uma pausa de mais de vinte anos.

MR: É conhecido o teu gosto pelos “carochas” e os “pão-de-forma”. Na verdade, tu és um apreciador dos motores refrigerados a ar da Volkswagen. Foi daí que surgiu a ideia do trike?
TIM: O trike foi uma oportunidade. Na verdade é do Diogo Varela que é o “sobrinho dos Xutos”, um amigo de longa data, que também já esteve ligado ao meio musical. Comprou o trike há uns anos, e depois também lhe aconteceu o mesmo que a mim, ou seja, casou e teve dois filhos, que são muito mais pequenos que os meus. O Diogo mora aqui em Lisboa, e não tem sítio para guardar o trike, por isso tinha-o parado no Alentejo, perto do Cabo Sardão. Vai daí o trike começou a degradar-se. Apanhou muita humidade, muito sal, os cromados foram embora, as borrachas estavam a ir, a parte eléctrica também, o depósito ganhou furos e foi nesse estado que o encontrei seis anos depois de o ter conhecido. Deu-me pena e sugeri que se ele mo passasse para as mãos, sem que o comprasse propriamente, porque ele não o quer vender, ao menos não se estragava tanto. Assim sempre vou andando com ele e vou vendo os problemas, porque tenho alguma experiência com os Volkswagen.

MR: Fazes a manutenção?
TIM: Quer dizer, vou tentando… Quando ele começa a queixar-se eu pelo menos sei do que é. Consigo identificar o problema, posso é não conseguir repará-lo. Há montes de coisas que agora já sei. As chamadas avarias de 1º grau, aquelas que podem acontecer mais vezes, acho que já sei lidar com quase todas. A mecânica é simples.

MR: Para ti que vantagens tem um trike face a uma moto?
TIM: Olha, a única vantagem é a gente poder tirar facilmente as mãos quando lhe apetece (risos). De resto não tem muitas... Eu até costumo dizer que aquilo tem as desvantagens da moto com as desvantagens do carro (risos). Um gajo não consegue passar nas filas, apanha frio, chuva, e não é muito seguro porque curvar também não é assim tão fácil.

MR: Não passas nas filas de trânsito, mas também não cais para o lado…
TIM: Também se tombar não será fácil sair debaixo dele (risos). Espero que não aconteça…

MR: O que dizes da posição de condução em percursos mais longos?
TIM: Não tem nada a ver com uma moto, mesmo que seja uma chopper. Fiz-lhe um pequeno ajuste nos pedais e ficou bem. Posso-me chegar mais para cima ou mais para baixo. É muito bom para o pendura. É espectacular mesmo, tipo poltrona. Chegam a dormir lá em cima quando vão comigo. Para quem vai a conduzir é muito bom, pois tem a vantagem de ter o encosto. Os braços, posso tê-los em várias posições. Como o acelerador é fixo, estabeleço uma velocidade – tento ser um bocadinho mais rápido que os camiões, para não estar a levar com a poeira – e mantenho. Quando preciso ultrapassar, enrolo ligeiramente o punho e ele passa bem. Portanto, tenho as mãos mais ou menos desocupadas. Mas, por exemplo, ao fim de uma hora e meia fico um pouco cansado de pernas e braços. Por isso vou parando várias vezes. Isto não é para correrias.

MR: És muito minucioso com a aparência do trike?
TIM: Não, nada disso. Eu gosto de ter o trike limpo. Depois gosto que o trike se suje. E depois limpo-o todo outra vez. Faz parte. Mas não consigo ter os cromados a cem por cento porque eles já não são muito novos. Já se gastou dinheiro com eles, e agora, de vez em quando, vou-lhes dando um banhito com WD-40, mesmo na parte eléctrica para a humidade não danificar nada, e está tudo bem. Como podes ver, o trike não tem um aspecto muito “fancy”. Aliás, é uma coisa um bocado mais “hard”.

MR: Tens mais motos?
TIM: Tenho lá em casa a XR125 deste ano – que já é boazinha para mim e para o puto – para fazermos um bocadinho de terra. Tem a sua graça. Eu retomei agora estas lides porque começou a instalar-se no meu filho mais velho, que tem 17 anos, a ideia de que, por vivermos em Rio Maior, estamos um bocado fora da cidade e, por isso, ele gostava de ter
uma 125cc para ter mais mobilidade.

MR: De manhã acordas entusiasmado quando sabes que vais andar de trike?
TIM: Acordo principalmente entusiasmado mas também inquieto. Temos de andar sempre com alguma preocupação em relação a tudo. Não me posso esquecer de muitas coisas. Dependendo da viagem tenho que ter uma série de cuidados. Mas fico sempre um bocado preocupado, porque até ele estar como está hoje, já teve alguns problemas e podem sempre surgir mais alguns. Até já levou um motor novo…

MR: Constou-me que este ano à ida para Góis tiveste um desses tais problemas, não foi?
TIM: Pois foi. Fiquei na subida, em Pedrógão. No dia anterior tivemos concerto em Braga. Eu e o Kalú fizemos a viagem até Coimbra, de moto, e deixámo-las lá para seguirmos viagem na carrinha com os Xutos até Braga No sábado voltámos a pegar nas motos em Coimbra e fomos para Góis. O trike começou a engasgar e, depois, na subida para o Pedrógão, aquilo começou mesmo a correr mal. Tivemos mesmo que parar numa oficina para ver a parte eléctrica. Trocámos platinados e revimos aquilo tudo. Afinal era o filtro da gasolina entupido mas, para além disso, por causa do esforço que obriguei o motor a fazer, tinha tudo desafinado, e um dos cilindros estava morto. Acho que o segmento deve ter colado. Como não valia a pena estar a mexer no resto e tinha um acordo com quem me tinha vendido aquele motor, fui lá trocá-lo. Fiz como que uma troca da bilha de gás – entreguei uma vazia e trouxe outra cheia. Neste caso entreguei o bloco avariado, paguei um pouco mais, e trouxe outro impecável, um 1300cc recuperado e garantido.

MR: Quer dizer que ficas sempre a pensar: “O que será que me vai acontecer hoje?”
TIM: Sabes, esta é uma moto feita à mão. Tudo pode acontecer. Podes passar por um buraco e a caixa dos fusíveis cair porque está num sítio um bocado bera. Podes ficar sem bateria, o que é muito mau porque neste caso o acesso é medonho. Realmente muita coisa pode acontecer…

MR: Qual a moto que mais te agradou?
TIM: Foi uma Black Widow. Não é muito rápida, mas tem uma posição de condução que eu gostei logo. E ela já estava alterada, tinha o guiador mais curto, estava rebaixada, e por ter o centro de gravidade muito baixo, era muito fixe de conduzir. Nem era muito pesada, aquilo é mais aspecto que outra coisa.

MR: Andar de moto faz-te bem. É libertador?
TIM: É muito bom. E o mais engraçado é que eu e a minha mulher, a Margarida (que nunca teve nada a ver com motos), fomos a Faro este ano no trike, com uns amigos de Santarém (eles numa Varadero), e ela ficou impressionada. Não vou dizer que adorou, mas achou que aquilo tinha sido realmente uma experiência diferente e muito boa.

NR: Já tinhas ido à concentração de Faro sem ser para tocar?
TIM: Não. É sempre uma data muito complicada para os Xutos. Este ano lá consegui ir. Tinha o Rui Veloso com quem cantei uma música, o Joe Cocker que me interessava ver e, claro, a concentração em si.

MR: Qual foi a tua melhor experiência de moto?
TIM: Não te sei dizer, até porque estive muitos anos sem conduzir. Acho que a melhor experiência é a primeira vez que tu sais em plena liberdade, ou porque a moto é tua, ou porque podes andar com ela um bocado. Isso é muito bom, mesmo que não saibas para onde ir. Depois, no meu caso, há já alguns anos que quando vou aos Açores alugo lá uma scooter e ando nela o tempo todo. Este ano também o fiz com os meus filhos e a minha mulher. Alugámos duas scooters, e por lá andámos os quatro. É algo completamente diferente. Sentes as diferenças de temperatura, sobes e desces a montanha, tens o frio, tens o calor, tens o cheiro da natureza. Depois é o mar… paras a moto onde queres e vais ao banho, arrancas outra vez… Tudo isso é a parte boa da moto.

MR: És um condutor defensivo?
TIM: Eu conduzo sempre defensivamente. Não te podes esquecer que a minha vida é conduzir e ser conduzido por muitos e muitos quilómetros, portanto não poso ser adepto de uma condução mais rápida. Às vezes pode haver necessidade de o fazer, mas lembro-me sempre do perigo.

MR: Viagens por fazer, tens alguma?
TIM: De moto não tenho nenhuma planeada. Tenho uma prometida, de Lisboa a Moscovo, mas na “pão-de-forma”.

MR: Bem, é de homem…
TIM: Pois é (risos). Tenho mesmo que a fazer. Está prometida… Eu aí de 15 em 15 dias vou aos mapas, faço as rotas, vejo onde estão as estações de serviço, etc. Depois guardo tudo e passados uns tempos volto a pegar naquilo outra vez. Mas esta é de estimação… Hei-de fazê-la.

MR: Será que as sensações que experimentas a andar de mota te poderão levar a escrever sobre isso? Servirão de inspiração como a tua relação com o rio Tejo que te influenciou por diversas vezes?
TIM: Não sei. Eu gosto muito de uma frase minha muito burra que é: “eu gramo mesmo é conduzir”. Não sei porquê. Eu quando tirei a carta, e comecei a conduzir, foi quando me senti bem. Até aí pertencia aos meus pais. Daí para a frente passei a pertencer a mim mesmo e nunca mais parei. Sou uma pessoa que já fez muitas centenas de milhares de quilómetros, e nunca deixei de gostar. Comparando a sensação de viajar com a de conduzir uma moto, em concreto, a principal diferença está no contacto com os elementos da natureza, mas é uma condução muito concentrada, que se calhar não liberta assim tanto. Há pessoas que se preocupam com o trabalhar do motor, outras vão concentradas na velocidade, ou nas curvas, e geralmente não é uma condução onde uma pessoa possa estar completamente relaxada como acontece quando viajas de outra maneira. Essa sensação de liberdade acontece sim quando chegas ao destino mas, até lá, a tua cabeça vai muito concentrada. Tudo depende das pessoas. Creio que o poder viajar é sem dúvida o melhor de tudo. Já escrever sobre isso é muito complicado, porque está tão dentro de mim, faz tão parte da minha natureza que nem consigo explicar às outras pessoas. Por exemplo, cheguei a alugar uma “pão-de-forma” de 1965 igual à minha, em Inglaterra (volante à direita), andei com ela por lá durante mais de uma semana, fiz quilómetros e quilómetros nela, só pela libertação que me transmitia e pelos sítios onde estava.


MR: Nasceste no campo, cresceste na cidade, mas voltaste novamente ao campo. Precisas desta dualidade para te sentires bem, ou este retorno define aquilo que realmente gostas?
TIM: Eu gosto muito de viver no campo e trabalhar na cidade. Depois, também gosto bastante de trabalhar em muitas cidades, com muita gente. Isso é que me faz bem. E lá está outra vez a viagem, porque aquela cena da viagem entre o trabalho e a casa, ou entre o concerto e o regresso, é o que me põe a cabeça em dia. Já vivi dez anos na cidade, nesta
profissão, em Lisboa, depois de me casar, e o frenesim era de tal maneira que não havia tempo para descomprimir. As coisas aconteciam em sucessão. Quando ia para os concertos, ainda havia um breve período de pausa, mas depois era sempre em alta rotação. Quando uma pessoa sobe as escadas até ao 2º andar e sente-se fisicamente cansada, começa a pensar que se calhar há qualquer coisa que não está bem. Tive a oportunidade, arrisquei, pudemos fazer isso, a família mudou-se toda para Rio Maior e as coisas agora estão estáveis.

MR: Em vez de teres comprado algo caro e extravagante, encontraste neste trike o brinquedo que te satisfaz. És uma pessoa simples?
TIM: Sou. Claro que sim.

MR: Como cultivas a tua simplicidade?
TIM: O que eu preciso de cultivar, e o que o trike me proporciona, é a afirmação da minha liberdade. Eu acho que isso é muito importante nas motos. Nós somos livres, queremos ser livres, não o somos a todas as horas do dia, nalguns dias somos mais livres que noutros, e queremos demonstrar isso. Muitas vezes a nossa forma de demonstrar pode passar por adquirir uma moto, ou um barco, ou uma coisa dessas. Mas não tem nada a ver com o exibicionismo, de comprar algo melhor que o do vizinho só por uma questão de afirmação, ou por se ser conhecido. Não tem nada que ver com isso. É uma questão normal. Apesar do trike ser o que é – um veículo algo extravagante – eu até gosto muito de andar nele porque ponho o capacete e os óculos e ninguém me topa (risos). Agora, não gosto nada de exibicionismos ou “espampanâncias”. Eu sei que o trike está comigo um bocado a prazo. Depois, quando voltar para o Diogo, comprarei uma moto, e logo se verá. Mas não há truque nenhum para cultivar a simplicidade. Eu trabalho muito, ou melhor, eu não trabalho nada, eu toco é muito… Estou envolvido com três ou quatro projectos distintos e como vês eu não tenho tempo para ser complicado. Tenho só tempo para que as coisas aconteçam naturalmente. Limito-me simplesmente àquilo que gosto de fazer e não dá para mais nada.

MR: Em síntese, se pudesses resumir o teu lema de vida, qual seria?
TIM: Eu acho que é realizar os sonhos, trabalhando para isso. Eu sei que é difícil para muitas pessoas, e sei que fui muito afortunado, mas também sei que me dediquei muito a eles. Acho que soube fazer com que as coisas acontecessem. A primeira vez que toquei num palco tinha 15 anos. Assim que subi e desci daquele palco tive a sensação completa e absoluta de que era aquilo que eu queria fazer o resto da vida, porque era o que eu sabia fazer naturalmente. Estudei, fiz cursos, envolvi-me numa série de coisas, e essa sensação que eu tive aos 15 anos acompanhou-me sempre. Adoro estar nem que seja na parte de trás do palco. Nem que não esteja a tocar. Mesmo quando trabalhei nos Outonos em Lisboa na parte de dentro do palco do Teatro São Luiz, adorei aquilo, não tive – nem tenho – problema nenhum. Se tivesse que viver num sítio diferente seria certamente na parte de trás de um palco. Quando vou assistir a um espectáculo para mim já é complicado, e disperso-me com os pormenores. Ou são as luzes, ou é o som, ou é a roupa, enfim, acabo por nem desfrutar, porque o que eu queria mesmo era estar lá atrás a trabalhar. Quando chega a parte de bater palmas apetece-me ir lá para dentro falar com o pessoal e perguntar em que é que eu posso ajudar (risos).

MR: Dos Xutos, o Cabeleira é o que tem o look mais motard. Será que a coisa promete?
TIM: Pois, ele tem mesmo essa pinta. Mas o Cabeleira gosta mais é de carros desportivos. Ele sempre gostou de ter carros potentes. Ele é mesmo assim, já a tocar gosta sempre de o fazer com o volume muito alto. Mas motos acho que não…

MR: O Kalú não te olha de esguelha quando apareces no trike? É que para ele está aí uma roda a mais para ser uma mota e uma a menos para ser um carro…
TIM: Às vezes (risos)… E o Kalú é motociclista há muito mais tempo, e com muito mais experiência que eu. Tem a Hornet, é vespista, etc. Mas o Kalú é hiper cuidadoso a andar de moto. É muito zeloso. Na família dele conduz-se muito bem.

MR: Quando vez um buraco não ficas baralhado com qual das rodas te deves desviar?
TIM: Sei perfeitamente. O buraco tem de passar debaixo do meu pé. É preciso é escolher o pé certo.

MR: Consegues estacionar sem pagar parquímetro aqui em Lisboa?
TIM: Nunca experimentei (gargalhada). O trike andou muitos anos em Lisboa, quando estava com o Diogo, agora, comigo, anda fora de Lisboa. Quando está bom tempo faço o percurso de Rio Maior a Santarém nele. Às vezes venho a Lisboa, mas geralmente vou mais é a Almada para o ensaio dos Xutos. Aí temos espaço de garagem, em minha casa
também tenho espaço de garagem, portanto como a moto nem tem sítio para pôr o papelinho...


TRAJECTO
O nome de baptismo de Tim é António Santos. Tim é apenas o diminutivo que o acompanha desde a infância. Nasceu em Ferreira do Alentejo, em 1960, e aos cinco anos foi para Almada, onde fez a escola primária e o liceu. Em 1978, os
Xutos & Pontapés fazem o primeiro ensaio, ainda com Zé Leonel na voz e Tim no baixo. A primeira actuação ao vivo dá-se a 13 de Janeiro de 1979 na sala dos Alunos de Apolo, em Lisboa, durante a celebração dos “25 anos do Rock & Roll”. Com 19 anos entra simultaneamente para o curso de contrabaixo no Conservatório e para o Instituto Superior de Agronomia. O ano de 1981 traz grandes mudanças nos Xutos. Saiu Zé Leonel e Tim torna-se o vocalista. “Aconteceu por acaso”, refere. Para além da música, o vocalista dos Xutos nunca deixou de estudar e em 1987 licencia-se em engenharia agrónoma. “Fiz o estágio, estive a trabalhar em Coruche, seis meses depois gravei o “Circo de Feras” e profissionalizei-me na música”. Integrou o colectivo Resistência no início dos anos 90. Fundou uma editora, a El Tatu, e realizou telediscos para, por exemplo, os Censurados. Produziu várias bandas, entre as quais, os Ex-Votos, banda do primeiro vocalista dos Xutos. Mais tarde, em 1996, foi um dos elementos dos Rio Grande, e em 2002 dos Cabeças no Ar. Lançou dois discos em nome próprio, participou em duas curtas-metragens e no ano passado representou um papel no cinema (no filme “Transe” de Teresa Villaverde). Dá aulas de baixo e guitarra no Conservatório de Música de Santarém. Esporadicamente leva aos palcos o projecto Preto no Branco onde só toca versões de músicos portugueses: de Zeca Afonso a Mão Morta, de Rádio Macau a Sérgio Godinho. Ah!… e também anda de trike!

LINKS
• http://www.umeooutro.blogspot.com
• http://www.tim-solo.net
• http://www.myspace.com/timasolo
• http://www.xutos.pt
• http://xutos-blog.blogspot.com






































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© General Moto, by Hélder Dias da Silva 2008

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