segunda-feira, 13 de outubro de 2008

SCORPIONS – A GÉNESE DO HARD ROCK ROMANTICO

Nº71 MOTO REPORT Novembro 2007
(TEXTO EM COLABORAÇÃO COM TIAGO GONÇALVES)

Com quase quarenta e dois anos de existência, os Scorpions são considerados por muitos como os pais das baladas rock. Como muitos jovens nascidos na Alemanha do pós-guerra, este grupo foi influenciado pela música e outras tendências importadas dos militares americanos: Elvis Presley, pastilha elástica, calças de ganga, blusões de cabedal e, sobretudo, Rock ’n’ Roll.

Nascidos em 1965, da sua formação inicial faziam parte os irmãos e guitarristas Michael e Rudolf Schenker, Klaus Meine (como vocalista), Lothar Heimber (no baixo) e Wolfgang Dziony (na bateria). Na cidade de Hannover, Rudolph Schenker, que fora abençoado com pais extremamente compreensivos para a época, decide formar os Scorpions. O seu irmão mais novo, Michael, deixa, juntamente com Klaus Meine, a banda Copernicus e juntam-se ambos a Rudolph em 1970. Com Michael (que apesar de bastante jovem já se tinha tornado um excelente guitarrista) e com a dupla Rudolf Schenker e Klaus Meine na composição das músicas, estavam criadas as fundações para a história de sucesso que todos conhecemos nos dias de hoje.

Reformulação permanente
Após gravarem uma demo, lançam o primeiro álbum “Lonesome Crow” em 1972. No entanto, apesar da boa aceitação do álbum de estreia, Heimberg e Dziony resolvem deixar o grupo e, pouco tempo depois, também Michael Schenker se mudou para a banda londrina UFO. Sozinhos, Rudolf e Klaus não desistem e contactam o guitarrista Ulrich Roth (mais conhecido como Uli Jon Roth), que levou consigo o baixista Francis Buchholz e o baterista Jurgen Rosenthal para completar o grupo. Após alguns concertos assinam com a editora RCA e lançam, em 1974, o segundo disco “Fly To The Rainbow”. No ano seguinte, Rudy Lenners assume a bateria e o álbum “In Trance” é top de vendas, em toda a Europa, dando início à tourné que consagrou, assim, os Scorpions como uma das melhores bandas de Hard Rock ao vivo.

A subir
Em 1976 o grupo alemão lança o mítico “Virgin Killer”, e em 1977 regressam ao estúdio para produzir “Taken By
Force”. Um ano depois embarcam pela primeira vez para o Japão onde realizam três concertos inesquecíveis, levando a que essa passagem pelo oriente ficasse registada para a posteridade no álbum duplo ao vivo “Tokyo Tapes” lançado nesse mesmo ano. De volta à Alemanha Ocidental, mais uma baixa nos Scorpions: Uli Jon Roth anuncia a sua saída para iniciar um novo projecto e em seu lugar, para nunca mais sair, entra o guitarrista Matthias Jabs. O grupo enceta um período de muito trabalho e grava uma sequência de álbuns que mantiveram o seu nome entre os maiores da época: “Lovedrive” (1979), “Animal Magnetism” (1980) e “Blackout” (1982).

Cada vez mais fenomenal
Foi definitivamente em 1984, com o álbum “Love At First Sting”, que os Scorpions se tornam num verdadeiro fenómeno do Hard Rock, com os hits “Rock You Like A Hurricane”, “Big City Nights” e a balada “Still Loving You”.
O álbum ao vivo “World Wide Live” sai em 1985 e o grupo fica durante os próximos quatro anos sem lançar qualquer material discográfico. Como reconhecimento mundial da sua qualidade enquanto banda Rock, em Janeiro de 1985, os Scorpions são convidados para a primeira edição do Festival Rock in Rio, ao lado de bandas gigantes como AC/DC, Iron Maiden, Queen, Whitesnake, Yes e Ozzy Osbourne. Três anos depois é editado o álbum “Savage Amusement” que obteve um importante reconhecimento junto do público. Contudo, o lançamento comercialmente mais bem sucedido da banda só veria a luz do dia em 1990. Referimo-nos a “Crazy World”, trabalho que incluía a orelhuda canção “Wind Of Change”. O álbum “Face The Heat” sai em 1993, após a desistência do baixista Francis Bucholz, e a consequente admissão de Ralph Rieckermann. O terceiro trabalho ao vivo, “Live Bites”, chega às lojas em 1995, sendo precedido um ano depois por “Pure Instinct”, já com Curt Cress na bateria. Em 1999 apresentam-se com um look todo modernaço (de cabelos cortados), imagem que ficará associada ao trabalho mais experimental da carreira: “Eye To Eye”. No ano seguinte, apostam numa reciclagem dos sucessos que tinham vindo a coleccionar, dando início a um projecto que os levaria a tocar e a gravar com a Orquestra Filarmónica de Berlim. O trabalho daí resultante, “Moment Of Glory”, encerra no seu título a síntese do resultado alcançado nessa fase. Com novas roupagens para velhos clássicos,
surge em 2001 um disco com versões acústicas das músicas dos Scorpions. Chamava-se simplesmente “Acoustica”. Dando mostras de que a dança dos baixistas ainda não havia terminado, o trabalho de 2004, cujo título é “Unbreakable”, apresentava Pawel Maciwoda no lugar anteriormente ocupado por Rieckermann. Este era o primeiro trabalho de originais em 5 anos. Em 2007, estes dinossauros do Rock lançaram um novo trabalho. “Humanity Hour 1” é mais um exemplo da sonoridade vigorosa que os Scorpions nos habituaram, ao mesmo tempo que nos fazem arrepiar com canções cujas letras transmitem mensagens de esperança e de alerta. Os Scorpions estarão em Portugal para dois concertos. O primeiro será dia 4 de Dezembro no Pavilhão Atlântico, e o segundo será no Pavilhão Multiusos de Guimarães dois dias depois. Nesses dias todos os fãs poderão mostrar que, após quatro décadas, continuam STILL LOVING YOU…
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© General Moto, by Hélder Dias da Silva 2008

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