quarta-feira, 15 de outubro de 2008

QUEENS OF THE STONE AGE - OS REIS DO STONER ROCK

Nº72 MOTO REPORT Dezembro 2007
Stoner Rock é um subgénero do rock, caracterizado por possuir riffs de guitarra graves e lentos, com grande influência do psicadelismo lisérgico dos anos 70. Os QOTSA serão talvez a banda mais emblemática deste movimento do rock alternativo. Os seus temas são intensos e vigorosos, tal como o som de uns drag pipes num motor V2.

Josh Homme, Nick Oliveri, John Garcia e Alfredo Hernandez formaram uma banda californiana chamada Kyuss que, após ter sido apadrinhada pelo produtor Chris Goss, saiu do completo anonimato para se tornar numa referência da cena heavy-metal americana, chegando inclusivamente a figurar como o principal ícone do stoner rock à época. No entanto, apesar da popularidade, os Kyuss dissolvem-se em 1995. O líder e guitarrista, Josh Homme, muda-se nessa altura para Seattle para ingressar na formação dos Screaming Trees, como segundo guitarrista, durante a digressão do álbum Dust de 1996. A banda participa na última edição do festival Lollapalooza, tocando ao lado de bandas como os Sound-garden e os Metallica. A partir de 1997, com as actividades dos Screaming Trees tornam-se cada vez mais esparsas, Josh encontra o tempo suficiente para trabalhar num projecto próprio. Foi o início da série “Desert Sessions”, iniciativa que lhe permitiu expressar-se com maior liberdade, no mais puro experimentalismo. “Desert Sessions” foram sessões experimentais de estúdio, criadas por Josh Homme em parceria com músicos de diversas bandas de rock americanas, com a intenção de compor novas músicas, porém sem fins comerciais. As gravações iniciaram-se em Agosto de 1997 e foram feitas num estúdio que ficou conhecido como Rancho De La Luna, na cidade de Joshua Tree, localizada num deserto no interior do estado da Califórnia (terra natal de Josh Homme). Foram seis álbuns extraídos das “Desert Sessions” que, mesmo sem objectivos comerciais, acabaram por ser lançados mais tarde pela editora independente Man’s Ruin Records. Na sequência das “Desert Sessions”, Josh resolve formar outra banda, os QUEENS OF THE STONE AGE. Com a ajuda do baterista Alfredo Hernandez, Josh retorna à região do deserto californiano para trabalhar o som da nova banda. Embora o som dos QOTSA, à primeira impressão, relembre os Kyuss, fica bem claro que se trata de uma proposta diferente, com uma sonoridade mais eclética. O primeiro disco (homónimo) foi financiado pela própria banda e acabou por ser lançado em Setembro de 1998 pela editora Loosegroove, de Stone Gossard, guitarrista dos Pearl Jam. O álbum teve uma repercussão impressionante e ajudou a fixar o nome dos QOTSA como uma das grandes promessas emergentes do rock alternativo. A banda esteve em digressão durante quase dois anos, tocando com grandes nomes como Bad Religion, Rage Against the Machine, Smashing Pumpkins, Hole e Ween. Em Junho de 2000, os Screaming Trees terminam, deixando Josh exclusivamente dedicado aos QOTSA que, de volta a Palm Desert, trabalhou no seu segundo álbum que contaria com várias participações especiais. No mesmo mês foi lançado “Rated R”, desta vez pela Interscope. O disco que possui, entre outras, as participações de Mark Lanegan e Barrett Martin dos Screaming Trees, Rob Halford dos Judas Priest e Pete Stahl dos Scream e Goatsnake, é recebido com entusiasmo pela crítica, mas não atinge grandes cifras de vendas, apesar de conter canções candidatas a hit, tal como “Feel Good Hit of the Summer” e “The Lost Art of Keeping a Secret”. Para o segundo disco, os QOTSA contaram com a participação de dois bateristas: Gene Troutman e Nicky Lucero. Finalizado este trabalho, os Queens of the Stone Age embarcaram em mais uma exaustiva tournée de dois anos pelo mundo fora, incluindo uma memorável apresentação no Rock in Rio em Janeiro de 2001, onde Nick Oliveri se apresentaria em palco completamente nu. No ano seguinte a banda já estava em estúdio a preparar o seu terceiro disco. Mark Lanegan integra definitivamente o colectivo como segundo vocalista, enquanto que, na bateria, a banda contaria com a participação do ilustre Dave Grohl, ex-Nirvana e líder dos Foo Fighters. Com o disco pronto, os QOTSA, encetam mais uma tour com Lanegan e Grohl. “Songs for the Deaf” é lançado em Agosto e o sucesso entre público e crítica é quase unânime. Em 2004, a banda passa por uma fase mais complicada. Depois de Dave Grohl retornar aos Foo Fighters (lançando logo após um disco que possui influências bem expressivas do seu período na banda de Josh Homme), Joey Castillo assume as baquetas do grupo. Contudo, haveriam mais baixas: Josh resolve demitir Nick Oliveri, alegando estar cansado do comportamento completamente irresponsável do baixista. Mark Lanegan aproveita e também abandona a banda. É lançado o EP “Stone Age Complications”, numa tentativa de abafar a turbulência, enquanto Josh Homme tenta reorganizar a banda para gravar o 4º álbum. É então lançado “Lullabies to Paralyze” e com ele surge uma proposta diferente dos QOTSA. Embora muita da ferocidade da banda tenha sido suprimida neste trabalho, é trazida à tona toda a capacidade dos restantes membros comporem melodias mais densas, sombrias e perturbadoramente pesadas. Com o line-up refeito, Josh Homme, Alain Johannes (multi-instrumentista que já tinha colaborado nas Desert Sessions com Chris Cornell), Troy Van Leeuwen (guitarrista, ex-A Perfect Circle), Natasha Shneider e Joey Castillo saem em digressão internacional. Momentos marcantes dessa época são: a gravação do MTV Akustik Session em Berlim, a reunião com John Garcia (exvocalista dos Kyuss) para um concerto, cantando canções da antiga banda, e a gravação do primeiro CD/DVD ao vivo “Over The Years And Through The Woods” em Londres. Devido ao adiamento de dois concertos nesta cidade, os músicos decidiram presentear o público com um EP contendo a faixa inédita “The Fun Machine Took A Shit & Died”, supostamente “perdida” durante as gravações de “Lullabies to Paralyze”. De regresso aos EUA, Josh Homme e Brody Dalle (vocalista e guitarrista dos The Distillers) tiveram uma filha e, na altura, pouco se sabia sobre o que a banda faria a seguir. No entanto, no segundo semestre de 2006, os QOTSA entram em estúdio para gravar seu 5º álbum, novamente com a produção de Chris Goss. O álbum, intitulado “Era Vulgaris”, é finalizado em Março de 2007. Rumores indicariam que Alain e Natasha haviam decidido voltar as suas atenções para a sua banda original, Eleven. Mais uma vez ocorreram boatos de que Oliveri voltaria ao grupo, muito em função da interrupção abrupta dos concertos da sua actual banda, Mondo Generator. Entretanto, os zunzuns foram desmentidos após a contratação de Michael Shuman, dos Wires On Fire. O novo álbum tem colaborações de Jesse Hughes (dos Eagles Of Death Metal), Trent Reznor (dos Nine Inch Nails) e Julian Casablancas (dos Strokes). Billy Gibbons (dos ZZ Top) e Mark Lanegan asseguram também a sua participação como convidados.

Formação actual:
Josh Homme – Voz, guitarra e baixo
Troy Van Leeuwen - guitarra, baixo e
Lap Steel
Joey Castillo – bateria
Michael Shuman – baixo
Dean Fertita – teclas

Discografia
(1998)
Queens of the
Stone Age
(2005)
Over The Years
And Through The
Woods
(2005)
Lullabies to
Paralyze
(2002)
Songs for the Deaf
(2000)
Rated R
(2007)
Era Vulgaris
© Todos os direitos do texto estão reservados para MOTO REPORT, uma publicação da JPJ EDITORA. Contacto para adquirir edições já publicadas: +351 253 215 466.
© General Moto, by Hélder Dias da Silva 2008

Sem comentários: