Nº204 MOTOCICLISMO Abril 2008
Por motivos opostos, tanto os motociclistas como os agentes da BT são, por vezes, olhados de soslaio. Nós, olhamos para ambos de frente. Em simultâneo, e contra o preconceito.
Há já muito tempo que as motos são um importante elemento no seio das forças policiais e militares. Os argumentos, em tudo racionais, justificarão a sua presença dentro destas organizações por muitos e longos anos. Hoje, a MOTOCICLIS MO teve a oportunidade de conhecer um pouco melhor a actividade que a GNR-BT desenvolve com as suas motos. Verificámos, inclusivamente, que existe uma crescente sensibilização interna que tende a incrementar, ainda mais, o seu uso. E como nisto de andar de moto, o coração também manda, entrevistámos dois militares que, mesmo quando despem a farda, continuam a andar de moto.
MOTOCICLISMO: Como nasceu o vosso gosto pelas motos?
Soldado Mendes (SM): Desde sempre.
Cabo Bernardes (CB): Eu gosto de motos desde miúdo, mas a disponibilidade financeira era pouca. Assim que me foi possível comprei uma moto.
M: Deslocam-se também de moto aqui para o Destacamento?
SM: Se não for pleno Inverno, eu venho sempre de moto. Nunca uso carro. São cerca de 60km diariamente.
CB: Depende. Eu como moro muito perto (a 5km), dá-me preguiça de tirar a moto da garagem só para vir para aqui. Nem a moto aquece. Mas se quiser dar uma voltinha, antes ou depois do serviço, aí trago mesmo a moto.
M: Em que é que ser motociclista vos modificou enquanto agentes?
SM: Se calhar vemos as coisas de maneira diferente. Determinadas acções, agora, são vistas com outros olhos. São autênticas barbaridades. Agora percebemo-lo. Depois, levamos a mentalidade da vida militar para a vida civil. Já não fazemos determinadas manobras que, esporadicamente, fazíamos quando não tínhamos esta profissão. Infelizmente, vemos diariamente muitos acidentes, e essas memórias acompanham-nos para todo o lado.
M: O que devia ser alterado em termos culturais e comportamentais nos motociclistas?
CB: Há meia dúzia de motoqueiros a dar má fama aos motociclistas. São indivíduos que abusam, fazem manobras irregulares, causam perigo a eles próprios e aos outros utentes da via. Por causa deles, os automobilistas olham para nós e pensam «ali vai mais um maluco …».
SM: Ou pior, «mais um bandido».
CB: E quem é bom motociclista, não se revê nesses comportamentos. Esses arruaceiros, os motoqueiros, são pessoas que pensam que sabem andar de moto, e fazem o que não devem. Tapam a matrícula, fazem barulho, são exibicionistas, gostam de levantar a roda da frente, etc. Mas esse não é o verdadeiro motociclista. E, por norma, são esses que acabam por ter os acidentes. Procuram o perigo, e, mais cedo ou mais tarde, encontram-no.
M: Qual a vossa opinião sobre as dimensões das novas chapas de matrícula?
CB: Esteticamente desfiguram um bocado as motos. Saem fora do contexto. Mas para nós facilita-nos o trabalho. São mais visíveis porque os caracteres são maiores. Podemos identificar a matrícula a uma distância superior, sobretudo em situações de fuga. Em relação à beleza, temos de reconhecer que são feias. Mas é uma questão de hábito. Por essa Europa fora há já muitos anos que as chapas são enormes. Não se pode ter o melhor de dois mundos…
M: Sentem que há automobilistas a criar, deliberadamente, dificuldades a quem anda de moto?
SM: Por exemplo, no trajecto que faço para casa, na EN3, há muita gente a desrespeitar os sinais STOP só porque o veículo que tem prioridade é uma moto. O motociclista que se desenrasque. Se algum cair (como já tem acontecido) se calhar nem prestam auxílio só para evitar problemas…
CB: Tenho reparado muitas vezes que os automobilistas encostam-se ao traço contínuo só para impedir que uma moto os ultrapasse. Ou pior, às vezes afastam-se do traço, e quando a moto está ao lado do carro, apertam-nos para cairmos ou fazermos uma infracção. Se eu estiver a conduzir a moto da BT, às vezes até param quando deviam andar, mas quando vou com a minha moto é completamente diferente.
SM: Não havendo sinalização vertical em contrário, uma moto pode ultrapassar um carro desde que não transponha o traço contínuo. Mas lá está, quando saímos com a moto da BT, nunca passamos por esses problemas. Aí os condutores dos automóveis agem civilizadamente, e em respeito da lei, como sempre deveriam fazer.
CB: Conduzir a moto da BT é muito menos exigente, do ponto de vista da concentração, que conduzir a minha moto
pessoal. Aí sou muito mais preocupado, porque tenho de antecipar as manobras dos outros. É dessa diferença que
nunca me posso esquecer pois, caso contrário, corro o risco de ter um acidente com a maior facilidade.
SM: Sim, nunca podemos levar a maneira de conduzir uma moto para a outra, se não damo-nos mal de certeza.
M: Cabo, com uma Hayabusa é fácil cumprir os limites de velocidade?
CB: (risos) Aquilo também trava…
SM: (gargalhada)
CB: Essa pergunta não é fácil (risos), mas a verdade é que ninguém consegue cumprir a totalmente a lei. Nem o ser humano mais puro do mundo cumpre a cem por cento. Eu como também sou humano, de vez em quando distraio-me, e como os outros condutores, dou um bocadito mais. Mas por norma, e principalmente dentro das localidades, ou quando há muito movimento de trânsito, faço uma condução defensiva. Pela minha segurança e a dos outros. Até porque, se for apanhado a infringir, por um radar dos nossos, tenho de pagar a multa. E há muitos por aí…
SM: Muita gente não acredita mas é verdade. Um agente de autoridade é multado como qualquer pessoa. Se for apanhado por um radar não há nada a fazer…
CB: Ainda há tempos fui apanhado com a moto da BT em excesso de velocidade e tive de justificar. Estava a tentar interceptar um condutor que fez uma manobra perigosa, e excedi o limite para aquele local. Portanto, até as motos da BT são “apanhadas” pelos radares. Claro que, nesse caso, tinha uma justificação atendível, mas de outra forma, o caso teria sido diferente.
M: Como consideram o valor do Imposto Único de Circulação?
SM: Considero excessivo. As motos são encaradas como veículos de luxo, mas esquecem-se que há muitas pessoas a utilizar as motos durante o ano inteiro como meio de transporte, algumas até já com bastantes anos. E isso nada tem de luxuoso. Eu paguei 102,00€, para andar legal, mas é excessivo. Mas temos de cumprir, e tentar fazer cumprir.
CB: É muito exagerado. É como as portagens. Não tem lógica duas rodas pagarem o mesmo que quatro. O que é que
desgastam? Que espaço ocupam? É injusto…
M: Como reagem quando têm de autuar um motociclista?
SM: Há, digamos, um sentimento diferente. Mas se eu, antes de ser agente, já era motociclista e tentava cumprir – ter seguro, ter a moto em meu nome, pagar o imposto (custa, mas temos de o pagar), ter a carta de condução, etc. – porque é que agora, numa fiscalização, hei-de desculpar? Se eu sou motociclista e cumpro, porque não hão-de ou outros cumprir também?
CB: Às vezes, perante uma manobra menos grave, que se perceba que foi feita sem intenção, nós interceptamos o individuo, e até temos uma acção mais pedagógica que punitiva. Mas as pessoas têm de ser humildes, e perceber o que fazem. É uma questão em que impera o bom senso. Noutros casos, por altura das concentrações, se estiver escalado para o serviço, até aproveito as fiscalizações para dar sugestões e recomendações úteis. Se sensibilizar as pessoas, elas vão-nos encarar de uma outra forma e, da próxima vez, param novamente, em vez de fugirem. Tempos houve em que as motos quase nunca paravam. Até fazíamos apostas…«queres apostar que este vai fugir?»
M: Como agentes de autoridade, que mensagem gostariam de deixar aos motociclistas que nos lêem?
SM: Tenham prudência na estrada e amor pelas motos. Desfrutem do prazer de andar de moto.
M: E como motociclistas?
CB: A todos os automobilistas, respeitem-nos mais. Não ponham em perigo os motociclistas. Facilitem a passagem, deixem nos circular à vontade, que de certeza que a maior parte dos motociclistas até tem o hábito de agradecer. Esse
seria um ambiente agradável para se viver. Um grande bem-haja para todos!
Nota: Este trabalho nunca teria sito possível sem a prestimosa colaboração da GNR-BT, e de todos os militares envolvidos. Pela disponibilidade, simpatia, cooperação e paciência, o nosso obrigado ao Major Ruivo Tomás, 2º Comandante do Grupo Regional de Trânsito de Lisboa, também ele motociclista na vida civil.
● A BT-GNR está dividida 5 Grupos Regionais de Trânsito. Do GRT de Lisboa (GRT1) fazem parte 5 Destacamentos: Lisboa, Carcavelos, Setúbal, Coina e Carregado. Foi a este último que nos deslocámos para a realização deste trabalho.
● As motos têm o equipamento de rádio para comunicação com a central, ou com outras patrulhas. Têm também luzes para assinalar marcha de urgência, a sirene, e estão caracterizadas como veículos da BT. Em tudo o resto são idênticas aos modelos em comercialização.
● Por princípio, todos os militares até aos 45 anos estão aptos a conduzir motos. Só no caso de haver algum impedimento físico é que não o farão. A partir dos 45 só conduz moto quem manifeste interesse e reúna condições.
Nas palavras do Tenente Oliveira, «quem manifestar disponibilidade para fazer serviço de moto, em qualquer idade, poderá, de acordo com as necessidades, fazê-lo». Existe uma militar na BT a fazer serviço de moto.
● A corporação tem fatos de frio e de chuva, que adequa conforme as condições atmosféricas, isto, clãro, além da farda normal de serviço. O passo seguinte é a aquisição de um fato completo – adaptado à função de agente da BT – com as protecções necessárias, botas de motociclista, reflectores, etc., de forma a que os militares possam desempenhar as suas funções de uma maneira mais segura. Este projecto conjunto com o Ministério da Administração Interna já está em curso.
● Devido à sua mobilidade é possível, de um momento para o outro, fazer deslocar uma moto para fora do itinerário que lhe estava traçado. Basta comunicar via rádio. Há um acesso permanente de comunicação entres patrulhas, e das patrulhas com a central. O objectivo é haver entreajuda.
Há já muito tempo que as motos são um importante elemento no seio das forças policiais e militares. Os argumentos, em tudo racionais, justificarão a sua presença dentro destas organizações por muitos e longos anos. Hoje, a MOTOCICLIS MO teve a oportunidade de conhecer um pouco melhor a actividade que a GNR-BT desenvolve com as suas motos. Verificámos, inclusivamente, que existe uma crescente sensibilização interna que tende a incrementar, ainda mais, o seu uso. E como nisto de andar de moto, o coração também manda, entrevistámos dois militares que, mesmo quando despem a farda, continuam a andar de moto.
MOTOCICLISMO: Como nasceu o vosso gosto pelas motos?
Soldado Mendes (SM): Desde sempre.
Cabo Bernardes (CB): Eu gosto de motos desde miúdo, mas a disponibilidade financeira era pouca. Assim que me foi possível comprei uma moto.
M: Deslocam-se também de moto aqui para o Destacamento?
SM: Se não for pleno Inverno, eu venho sempre de moto. Nunca uso carro. São cerca de 60km diariamente.
CB: Depende. Eu como moro muito perto (a 5km), dá-me preguiça de tirar a moto da garagem só para vir para aqui. Nem a moto aquece. Mas se quiser dar uma voltinha, antes ou depois do serviço, aí trago mesmo a moto.
M: Em que é que ser motociclista vos modificou enquanto agentes?
SM: Se calhar vemos as coisas de maneira diferente. Determinadas acções, agora, são vistas com outros olhos. São autênticas barbaridades. Agora percebemo-lo. Depois, levamos a mentalidade da vida militar para a vida civil. Já não fazemos determinadas manobras que, esporadicamente, fazíamos quando não tínhamos esta profissão. Infelizmente, vemos diariamente muitos acidentes, e essas memórias acompanham-nos para todo o lado.
M: O que devia ser alterado em termos culturais e comportamentais nos motociclistas?
CB: Há meia dúzia de motoqueiros a dar má fama aos motociclistas. São indivíduos que abusam, fazem manobras irregulares, causam perigo a eles próprios e aos outros utentes da via. Por causa deles, os automobilistas olham para nós e pensam «ali vai mais um maluco …».
SM: Ou pior, «mais um bandido».
CB: E quem é bom motociclista, não se revê nesses comportamentos. Esses arruaceiros, os motoqueiros, são pessoas que pensam que sabem andar de moto, e fazem o que não devem. Tapam a matrícula, fazem barulho, são exibicionistas, gostam de levantar a roda da frente, etc. Mas esse não é o verdadeiro motociclista. E, por norma, são esses que acabam por ter os acidentes. Procuram o perigo, e, mais cedo ou mais tarde, encontram-no.
M: Qual a vossa opinião sobre as dimensões das novas chapas de matrícula?
CB: Esteticamente desfiguram um bocado as motos. Saem fora do contexto. Mas para nós facilita-nos o trabalho. São mais visíveis porque os caracteres são maiores. Podemos identificar a matrícula a uma distância superior, sobretudo em situações de fuga. Em relação à beleza, temos de reconhecer que são feias. Mas é uma questão de hábito. Por essa Europa fora há já muitos anos que as chapas são enormes. Não se pode ter o melhor de dois mundos…
M: Sentem que há automobilistas a criar, deliberadamente, dificuldades a quem anda de moto?
SM: Por exemplo, no trajecto que faço para casa, na EN3, há muita gente a desrespeitar os sinais STOP só porque o veículo que tem prioridade é uma moto. O motociclista que se desenrasque. Se algum cair (como já tem acontecido) se calhar nem prestam auxílio só para evitar problemas…
CB: Tenho reparado muitas vezes que os automobilistas encostam-se ao traço contínuo só para impedir que uma moto os ultrapasse. Ou pior, às vezes afastam-se do traço, e quando a moto está ao lado do carro, apertam-nos para cairmos ou fazermos uma infracção. Se eu estiver a conduzir a moto da BT, às vezes até param quando deviam andar, mas quando vou com a minha moto é completamente diferente.
SM: Não havendo sinalização vertical em contrário, uma moto pode ultrapassar um carro desde que não transponha o traço contínuo. Mas lá está, quando saímos com a moto da BT, nunca passamos por esses problemas. Aí os condutores dos automóveis agem civilizadamente, e em respeito da lei, como sempre deveriam fazer.
CB: Conduzir a moto da BT é muito menos exigente, do ponto de vista da concentração, que conduzir a minha moto
pessoal. Aí sou muito mais preocupado, porque tenho de antecipar as manobras dos outros. É dessa diferença que
nunca me posso esquecer pois, caso contrário, corro o risco de ter um acidente com a maior facilidade.
SM: Sim, nunca podemos levar a maneira de conduzir uma moto para a outra, se não damo-nos mal de certeza.
M: Cabo, com uma Hayabusa é fácil cumprir os limites de velocidade?
CB: (risos) Aquilo também trava…
SM: (gargalhada)
CB: Essa pergunta não é fácil (risos), mas a verdade é que ninguém consegue cumprir a totalmente a lei. Nem o ser humano mais puro do mundo cumpre a cem por cento. Eu como também sou humano, de vez em quando distraio-me, e como os outros condutores, dou um bocadito mais. Mas por norma, e principalmente dentro das localidades, ou quando há muito movimento de trânsito, faço uma condução defensiva. Pela minha segurança e a dos outros. Até porque, se for apanhado a infringir, por um radar dos nossos, tenho de pagar a multa. E há muitos por aí…
SM: Muita gente não acredita mas é verdade. Um agente de autoridade é multado como qualquer pessoa. Se for apanhado por um radar não há nada a fazer…
CB: Ainda há tempos fui apanhado com a moto da BT em excesso de velocidade e tive de justificar. Estava a tentar interceptar um condutor que fez uma manobra perigosa, e excedi o limite para aquele local. Portanto, até as motos da BT são “apanhadas” pelos radares. Claro que, nesse caso, tinha uma justificação atendível, mas de outra forma, o caso teria sido diferente.
M: Como consideram o valor do Imposto Único de Circulação?
SM: Considero excessivo. As motos são encaradas como veículos de luxo, mas esquecem-se que há muitas pessoas a utilizar as motos durante o ano inteiro como meio de transporte, algumas até já com bastantes anos. E isso nada tem de luxuoso. Eu paguei 102,00€, para andar legal, mas é excessivo. Mas temos de cumprir, e tentar fazer cumprir.
CB: É muito exagerado. É como as portagens. Não tem lógica duas rodas pagarem o mesmo que quatro. O que é que
desgastam? Que espaço ocupam? É injusto…
M: Como reagem quando têm de autuar um motociclista?
SM: Há, digamos, um sentimento diferente. Mas se eu, antes de ser agente, já era motociclista e tentava cumprir – ter seguro, ter a moto em meu nome, pagar o imposto (custa, mas temos de o pagar), ter a carta de condução, etc. – porque é que agora, numa fiscalização, hei-de desculpar? Se eu sou motociclista e cumpro, porque não hão-de ou outros cumprir também?
CB: Às vezes, perante uma manobra menos grave, que se perceba que foi feita sem intenção, nós interceptamos o individuo, e até temos uma acção mais pedagógica que punitiva. Mas as pessoas têm de ser humildes, e perceber o que fazem. É uma questão em que impera o bom senso. Noutros casos, por altura das concentrações, se estiver escalado para o serviço, até aproveito as fiscalizações para dar sugestões e recomendações úteis. Se sensibilizar as pessoas, elas vão-nos encarar de uma outra forma e, da próxima vez, param novamente, em vez de fugirem. Tempos houve em que as motos quase nunca paravam. Até fazíamos apostas…«queres apostar que este vai fugir?»
M: Como agentes de autoridade, que mensagem gostariam de deixar aos motociclistas que nos lêem?
SM: Tenham prudência na estrada e amor pelas motos. Desfrutem do prazer de andar de moto.
M: E como motociclistas?
CB: A todos os automobilistas, respeitem-nos mais. Não ponham em perigo os motociclistas. Facilitem a passagem, deixem nos circular à vontade, que de certeza que a maior parte dos motociclistas até tem o hábito de agradecer. Esse
seria um ambiente agradável para se viver. Um grande bem-haja para todos!
Nota: Este trabalho nunca teria sito possível sem a prestimosa colaboração da GNR-BT, e de todos os militares envolvidos. Pela disponibilidade, simpatia, cooperação e paciência, o nosso obrigado ao Major Ruivo Tomás, 2º Comandante do Grupo Regional de Trânsito de Lisboa, também ele motociclista na vida civil.
● A BT-GNR está dividida 5 Grupos Regionais de Trânsito. Do GRT de Lisboa (GRT1) fazem parte 5 Destacamentos: Lisboa, Carcavelos, Setúbal, Coina e Carregado. Foi a este último que nos deslocámos para a realização deste trabalho.
● As motos têm o equipamento de rádio para comunicação com a central, ou com outras patrulhas. Têm também luzes para assinalar marcha de urgência, a sirene, e estão caracterizadas como veículos da BT. Em tudo o resto são idênticas aos modelos em comercialização.
● Por princípio, todos os militares até aos 45 anos estão aptos a conduzir motos. Só no caso de haver algum impedimento físico é que não o farão. A partir dos 45 só conduz moto quem manifeste interesse e reúna condições.
Nas palavras do Tenente Oliveira, «quem manifestar disponibilidade para fazer serviço de moto, em qualquer idade, poderá, de acordo com as necessidades, fazê-lo». Existe uma militar na BT a fazer serviço de moto.
● A corporação tem fatos de frio e de chuva, que adequa conforme as condições atmosféricas, isto, clãro, além da farda normal de serviço. O passo seguinte é a aquisição de um fato completo – adaptado à função de agente da BT – com as protecções necessárias, botas de motociclista, reflectores, etc., de forma a que os militares possam desempenhar as suas funções de uma maneira mais segura. Este projecto conjunto com o Ministério da Administração Interna já está em curso.
● Devido à sua mobilidade é possível, de um momento para o outro, fazer deslocar uma moto para fora do itinerário que lhe estava traçado. Basta comunicar via rádio. Há um acesso permanente de comunicação entres patrulhas, e das patrulhas com a central. O objectivo é haver entreajuda.
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© General Moto, by Hélder Dias da Silva 2008
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