sábado, 11 de outubro de 2008

GÓIS 2007 - NA CAPITAL DO CEIRA










Nº69 MOTO REPORT Setembro 2007

Com a gentil colaboração do S. Pedro, que expulsou a chuva para outras paragens entre 16 e 19 de Agosto, Góis foi o ponto de encontro para milhares de motociclistas que se fizeram à estrada para um fim-de-semana de animada confraternização, desfrutando de uma belíssima paisagem natural e uma banda sonora com muito Rock. Com estes condimentos, e muitos outros, o resultado não podia ser melhor. A viagem até Góis vale sempre a pena!

RIO CEIRA
O Rio Ceira, que atravessa todo o recinto, com as suas sombras e açudes, será sempre o ex-líbris da Concentração de Góis. O vale do Ceira, com as várias praias fluviais, as piscinas naturais da Lousã, o Rio Alva, na zona de Arganil e a barragem de Santa Luzia na Pampilhosa da Serra, são excelentes locais para refrescar. Para alguns, à falta de um guronsan para a ressaca, sempre se pode dar um mergulho logo pela manhã. O efeito é praticamente o mesmo…


9.º BIKE SHOW
Durante a tarde de sábado, as repousantes sombras do Parque do Cerejal serviram, uma vez mais, de palco para uma boa mostra de motos transformadas, contando, mais uma vez, com a excelente organização do MC Aço na Estrada. Este ano, o local escolhido para a exibição das motos a concurso foi num cenário militar.

Classificação por categorias
RAT - 2.º Francisco – Kawasaki, 1.º Costinha – Yamaha XJ 700 - STRANGE - 2.º António Martins – Suzuki Bandit 600, 1.º Sérgio Silva – Honda Modo - STREETFIGHTER - 3.º Jorge Bastos – Honda CBR 600, 2.º Luís Ribeiro – Suzuki RF 600, 1.º Alexandre Magalhães – Honda Hornet 600 - CUSTOM - 3.º Mr. Lobo – Honda Shadow 600, 2.º Nando – Horex, 1.º João Santos – Yamaha XV1600 Wild Star - HARLEY - 2.º Costinha – H-D Sportster, 1.º Padacha – H-D Night Train - CHOPPER - 3.º Marco Vasco – Zundapp Ecila, 2.º Carlos Cruz (Patinhas) – Yamaha DT 125 MX, 1.º Estrondo – Estravagancia, BEST PAINT - Mr. Lobo – Honda Shadow 600, BEST BIKE - João Santos - Yamaha XV1600 Wild Star


XUTOS & PONTAPÉS
Chave de ouro a fechar as actuações no palco principal.
Após 28 anos de carreira, o tempo parece não passar por eles. Com o recinto a abarrotar, brindaram o imenso público com um concerto grandioso fazendo, inclusivamente, três encores. Um palco bem iluminado, decoração interessante (uma Jukebox insuflável), grande presença, uma atitude altamente positiva, e claro, um rol de excelentes canções, foram os trunfos lançados por Tim, Zé Pedro, Gui, Kalú e João Cabeleira na noite de sábado. Os temas do reportório são autênticos hinos para várias gerações. Por tudo o que significam para a música em Portugal, mas também pelo exemplo que são de determinação, confiança e respeito pelo próximo, os Xutos & Pontapés merecem sempre o carinho com que o público os acolhe.

UHF
Quase a completarem 30 anos de existência, António Manuel Ribeiro, alma e mentor da banda, presenteou-nos com um espectro de canções que abrange todos os períodos da banda. Desde o seminal “Cavalos de Corrida” até ao último sucesso “Matas-me Com o Teu Olhar”. A banda, que na verdade foi a mãe do movimento “Rock Português”, agitou o público fazendo-o vibrar com a actuação.

IRIS c/ Orquestra Ensemble Petrov
Directamente do Algarve, os Iris fizeram-se acompanhar pela Orquestra Ensemble Petrov, que emprestou uma sonoridade sinfónica às composições originais e às versões que os Iris habitualmente tocam ao vivo. Domingos Caetano, guitarrista virtuoso, e vocalista de voz aguda, influenciado pelo som que ouviu na juventude nos anos 80 (Hard-Rock e Heavy-Metal), terminou o espectáculo dedicando a emocionante versão do famoso “Adágio” de Albinoni a todos os motociclistas que já partiram.

BUNNY RANCH
Extravagantes até mais não! Este colectivo de Coimbra, que foi buscar o nome à mundialmente famosa “casa de meninas” em Nevada, EUA, aposta num Rock’N’Roll competente que, por vezes, parece beber influências da sonoridade Rockabilly dos anos 60. O vocalista – Kaló – é precisamente o baterista, toca de pé, e dá-lhe com uma força impressionante. Parecia até estar “possuído”…

QUEM É O BOB?
Como toda a regra tem a sua excepção, os “Quem é o Bob?” foram a única banda no palco principal a não interpretar Rock. Mas souberam compensar-nos bem. Este projecto de Leiria é um grupo de tributo a Bob Marley & The Wailers e bastava escrever isso para dizer quase tudo. Prestar homenagem à música reggae é sinónimo de boa disposição, “boa onda” e de “tá-se bem”. Porém, os “Quem é o Bob?” acrescentam, ainda, a experiência de dois anos de estrada, espectáculos em semanas académicas em Leiria, Abrantes ou Évora e músicos de primeira craveira que, normalmente, acompanham David Fonseca, Wonderland ou Pop Del Bar.

STONE
Banda de covers, os Stone são um colectivo com boa presença e som possante que aqueceu o público que se assomava ao recinto da concentração na noite de sexta-feira.

DESPORTOS E ANIMAÇÃO RADICAL
Este ano a oferta, embora menos “violenta” (sim porque o bungee jumping do ano passado não era para todos…), foi mais variada. As opções disponíveis eram o Laser Tag, Sky Bike, Orbit Ball, Human Loop, Parede de Escalada e Slide.

PASSEIO / DESFILE
O habitual passeio, em velocidade reduzida, terminou em desfile pelas ruas da vila de Góis, fazendo-se assim a despedida até ao ano seguinte. É sempre um momento que atrai muito a atenção da população, por serem centenas de motos a desfilar, das mais bonitas às mais bizarras.

TASQUINHAS
Vários restaurantes, com extensas esplanadas, onde se pôde apreciar a boa e variada gastronomia beirã. Uma excelente oportunidade para uma pausa, num ambiente calmo e sereno, saboreando um bom vinho em convívio com os amigos.

FEIRA
A habitual e procurada feira onde é possível encontrar de tudo, desde as farturas aos fatos de cabedal, de algumas novidades do sector motociclístico às representações de clubes.

TATTOOS
Inseridos no espaço da Feira, este ano havia ainda mais tatuadores do que no ano passado, ou não fosse este um clássico complemento do visual motard. De dia e de noite, eles perpetuavam a sua arte nos corpos dos participantes. Era visível a satisfação dos clientes, quando a tatuagem ficava finalmente pronta. Qualquer resquício da dor provocada pela agulha era eliminado nesse momento. E dizem que o mal é começar! Depois de feita a primeira tatuagem, não faltarão novas ideias para as próximas.

TENDA ELECTRÓNICA
Depois das actuações no grande palco, a tenda electrónica garantiu a animação pela noite dentro com excelentes DJ’s. O mote era pôr todo o tipo de pessoal “a bombar”, e pelo que vimos, o objectivo foi atingido.

ROTEIROS TURÍSTICOS
Distribuídos com a inscrição, os roteiros turísticos são duas diferentes propostas de passeio pela região, percorrendo
as suas melhores paisagens, a gastronomia, as tradições, o artesanato e a hospitalidade beirã.

WORKSHOPS
Esta novidade apareceu na forma de passatempos e concursos de pintura para várias categorias.

PROJECTO “ESCOLHAS
DE FUTURO”
Como a consciência social do Góis Moto Clube é uma realidade, no domingo, durante a cerimónia de encerramento, foi feita a entrega simbólica de um cheque de 1500 euros ao projecto “Escolhas de Futuro”, promovido pela edilidade, que visa a inclusão escolar e integração comunitária, qualificação pessoal, empregabilidade e participação cívica dos jovens e das organizações.

9.º ENCONTRO
Mais uma edição deste carismático encontro, apoiado desde a primeira hora pela Honda Portugal, onde as pequenas motos são as vedetas. Decorreu sábado, dia 18.

3.º ENCONTRO VESPA
Pela terceira vez consecutiva, o Góis Moto Clube promoveu uma reunião dos característicos e prestigiados modelos Vespa. Estes modelos, cada vez mais populares em Portugal, proporcionaram um verdadeiro toque de alegria ao ambiente da concentração. Por lá, pudemos assistir a muito bons trabalhos de recuperação e restauro dos clássicos modelos da década de 60 e 70.

GNR no local
De presença discreta, mas efectuando algumas operações Stop, o balanço foi positivo, uma vez que não houve ocorrência de acidentes graves durante o período da concentração. Não foram interceptadas motos roubadas, houve sim alguns autos de contra-ordenação levantados por excesso de álcool, ausência de seguro ou de licença de condução, e matrículas tapadas ou retiradas. Mas mesmo assim, estas ocorrências foram em menor número absoluto do que em 2006. Tendo em conta que este ano houve uma maior afluência de motos do que no ano passado, podemos afirmar que, de um modo geral, os motociclistas tiveram um comportamento verdadeiramente exemplar.

ORGANIZAÇÃO
Já se sabe que erguer um evento desta dimensão não é tarefa fácil. Todavia, e com o passar dos anos, a experiência adquirida ajuda a soltar muitos nós, a notoriedade conquistada arrasta novos voluntários, e o amor pela região e pelas motos encarrega-se de fazer o resto. Esta 14ª. Concentração de Góis não foi excepção. A logística no local foi adequada para as solicitações e foi até perceptível a diminuição do tempo de espera na fila para as refeições. O palco principal estava munido de um sistema de luzes mais adequado do que no ano anterior. O INEM também esteve no recinto, mas felizmente não atendeu a nenhuma situação complicada. Em termos gerais, o Góis Moto Clube promoveu e realizou um evento pacífico e ordeiro, grandioso para a região (o segundo maior do género no nosso país, este ano com cerca de 16 mil pessoas entre inscritos e visitantes), reconhecido pelas mais diversas instâncias (políticas, sociais, económicas, culturais, policiais) e pela própria comunicação social como algo que dignifica o motociclismo em Portugal. Os amantes das motos agradecem!
© Todos os direitos do texto estão reservados para MOTO REPORT, uma publicação da JPJ EDITORA. Contacto para adquirir edições já publicadas: +351 253 215 466. As fotos são do Mário Peralta. Abraço pá!
© General Moto, by Hélder Dias da Silva 2008

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